Especialistas preocupados: crianças estão usando o iPhone

No debate educação X tecnologia, aparelho da Apple é a bola da vez para especialistas preocupados
O avanço da tecnologia produz um susto a cada geração. A cada novidade, acompanhamos a cantilena de pais preocupados com os filhos que se encantam com as novidades cada vez mais cedo. Atrás dos pais, vêm os psicólogos apregoando os perigos que as crianças correm com a tecnologia. Você mesmo pode não ter filhos, mas conhece alguém que tem uma criança pequena e fica espantado com a rapidez com que esses jovenzinhos se mostram habilidosos com as novas máquinas. O iPhone, como último aparelho relativamente revolucionário e padrão perseguido por quase todas as fabricantes de celulares, é a bola da vez.

O diário New York Times conversou com uma mãe de Atlanta que se lembra da primeira vez em que sua filha, hoje com três anos e meio, pôs as mãozinhas no aparelho da Apple. “Ela apertou o botão e ele acendeu. Eu me lembro dos olhos dela. Era como: uau! Ela passou a pedir e então passou a chorar pelo aparelho. Era como se ela sempre quisesse aquilo”.Um dia, ela e o marido passaram seis horas procurando pelo aparelho para encontrá-lo embaixo da cama da filha. A princípio eles riram, mas passaram a ficar preocupados.

O jornal aponta que tanto a menina quanto seu irmão – dois anos mais velho – são crianças que tem uma criação normal e tem acesso a brinquedos “normais” como blocos de montar, bolas, carrinhos e livros infantis. Mas nada se compara ao impacto que o iPhone teve sobre as cabecinhas dos garotos.

Para a professora de psicologia e especialista em desenvolvimento da linguagem, Kathy Hirsh-Pasek, entrevistada pelo jornal as pesquisas mostram que a criança aprende mais com ocupações ativas que as ajudam a se adaptar. “Interagir com uma tela não se qualifica na categoria”. A própria doutora, no entanto, se diz uma viciada no aparelhinho da Apple: “É um telefone mágico. Eu tenho que admitir que estou viciada”.

Crescendo nos anos 1980, sou da geração em que a televisão e os videogames eram as máquinas que iam destruir a infância e nos transformar todos em adultos incapazes de nos comunicarmos ativamente. A profecia não se cumpriu e, ironia do destino, acabei me tornando jornalista.

O debate sobre os impactos da tecnologia na educação infantil, dizia lá no primeiro parágrafo, sempre vai existir. A questão clara é a escolha: os pais podem escolher deixar os filhos fazerem o que quiserem – e nesse caso o problema não vai acontecer apenas com o uso do iPhone ou videogames ou computadores. Ou podem escolher apresentar as tecnologias de maneira responsável e aprender a impor limites para o seu uso.

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